Proposta que corre no Senado abre possibilidade de uso do FGTS para quitar curso superior e empréstimos
Proposta do senador Eduardo Amorim (PSC-SE), o projeto de lei 322, de 2016, abre três novas possibilidades para o trabalhador sacar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O texto da lei que é discutida no Senado Federal condiciona o uso do dinheiro para pagamento de curso de nível superior, de cirurgias consideradas essenciais à saúde e de empréstimos consignados. As regras para os saques devem ser previstas em regulamentos específicos, conforme a proposição.
Hoje, já existem possibilidades para se utilizar o FGTS como em demissões sem justa causa, o financiamento da casa própria e tratamentos de saúde. Ao justificar sua proposta, o senador Eduardo Amorim lembrou o elevado grau de endividamento do trabalhador e o nível de desemprego. Por isso, segundo ele, é importante dar uma alternativa a mais para que o trabalhador possa quitar, total ou parcialmente, seus compromissos.
Além disso, acrescenta, desde 2015, a redução de recursos destinados ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) levou à diminuição nas matrículas no ensino superior privado no Brasil. “Nesse contexto, o FGTS contribuirá para retomar, em parte, a política de incentivo ao ensino superior”, argumenta ele.
O senador também considera importante ampliar os casos em que o FGTS possa ser utilizado em benefício da saúde do trabalhador. Ele lembra que o sistema brasileiro de saúde, gratuito e universal, tem deixado muitos cidadãos à espera de atendimento, mesmo em situações essenciais.