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Metade dos jovens quer usar programas sociais para cursar ensino superior nos próximos anos, diz pesquisa

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A maioria dos jovens brasileiros que pretende cursar ensino superior nos próximos três anos quer estudar em universidades públicas do Brasil. Porém, os estudantes se mostram pessimistas em relação ao cenário acadêmico. Os dados foram revelados pela pesquisa A visão dos jovens brasileiros sobre os programas sociais do MEC - A importância do Fies, ProUni e Pronatec, encomendada pela ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior), em parceria com o Instituto MDA.

As entrevistas foram feitas com 1.000 pessoas, de 18 a 30 anos, entre os dias 6 e 10 de junho deste ano, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, Belo Horizonte, Manaus, Recife, Belém e Florianópolis.

Questionados se pretendem fazer faculdade nos próximos três anos, 78,9% responderam que sim e 1,7%, talvez. Ou seja, 81%. O percentual foi usado como base para as demais questões. Atualmente, apenas 17% dos jovens com idades entre 18 a 24 anos, cursam ensino superior no Brasil. A Lei do Plano Nacional de Educação prevê que, em 10 anos, a meta a ser alcançada é de 33%. 54,2% dos entrevistados não acreditam que o País cumprirá com a meta, diante de 41,1% que responderam sim.

Em relação aos programas sociais para o nível superior, a maioria respondeu que pretende utilizar o Pronatec (49,4%), Prouni (57,9%) e Fies (50,3%), caso não estudem em universidades públicas. Os estudantes também são favoráveis ao aumento no número de vagas do FIES (90,2%) e do Prouni (91,9%). No entanto, eles são contra a cobrança de mensalidades em universidades públicas para alunos que podem pagar uma faculdade particular (57,3%).

 

Segundo a associação, o governo federal apresentou proposta de controle dos gastos públicos, os quais podem diminuir os investimentos em educação. 75% dos jovens responderam ser contra esta medida, e concordam que o governo deve conceder bolsas para quem não tem renda suficiente para pagar as mensalidades em universidades privadas (94,5%), além de implementar ações que permitam que mais brasileiros, independente da renda, obtenham o diploma de nível superior (96,4%).

Ainda de acordo com pesquisa, 64,8% dos jovens cursaram o ensino médio em escola pública estadual; 28,1%, em escola particular; 5,4%, em escola municipal e 1,7%, em escola federal. Dos jovens ouvidos, 50,5% afirmaram que os pais podem pagar uma faculdade particular, contra 37,3% que não têm condições. Mesmo tendo interesse em instituição pública (71,2%), a maioria cursaria faculdade particular (78,6%).

De acordo com a ABMES, o número de entrevistas foi estabelecido com base em uma amostragem aleatória simples com um nível estimado de 95% de confiança e uma margem de erro estimada de 3,1 pontos percentuais. A amostra foi definida com base nas fontes oficiais de dados: Censo IBGE, TSE e TRE.

 

Fonte: http://noticias.r7.com/educacao/metade-dos-jovens-quer-usar-programas-sociais-para-cursar-ensino-superior-nos-proximos-anos-diz-pesquisa-20072016

Setor de educação reforça pleitos por mais financiamento do governo

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SÃO PAULO (Reuters) - O setor de ensino superior privado está reforçando ações para garantir mais recursos ao financiamento de estudantes junto ao governo federal, de olho na formatação de novas regras para o programa Fies a partir do próximo ano que estão sendo preparadas em um ambiente de restrição orçamentária.

A Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) divulgou nesta quarta-feira pesquisa com 1.000 pessoas de 18 a 30 anos em que espera usar como munição para convencer o governo federal a investir mais em educação.

A pesquisa, a primeira de uma série que a entidade está preparando sobre o setor, afirma que mais de 50 por cento dos jovens não têm condições de arcar com mensalidades e que 91 por cento esperam que o governo aumente recursos do fundo de financiamento estudantil, o Fies.

"Vamos encaminhar os resultados da pesquisa para o presidente (interino Michel Temer), para o Ministério da Educação e parlamentares de todo o Brasil", afirmou o presidente da Abmes, Janguiê Diniz, também presidente da Ser Educacional. "O governo não pode restringir ou cortar orçamento na área educacional, que é o motor do desenvolvimento do país", acrescentou.

A pesquisa foi divulgada depois que Temer anunciou em meados de junho abertura de 75 mil vagas para o Fies no segundo semestre, após oferta de 250 mil na primeira metade do ano, das quais 115 mil não foram preenchidas.

Segundo a pesquisa da Abmes, realizada em parceria com o Instituto MDA, de Minas Gerais, cerca de 30 por cento dos entrevistados gostariam de cursar Medicina, Direito ou Engenharias, enquanto a prioridade de alocação de recursos do Fies é para vagas de medicina e engenharias.

"Tem quantidade significativa de jovens que não está conseguindo financiamento para estudar o que quer", disse Diniz.

Segundo ele, as 75 mil vagas anunciadas pelo governo para o segundo semestre não são suficientes para as necessidades da população e para ajudar o país a cumprir as metas do Plano Nacional de Educação.

Um dos objetivos do PNE, em que o financiamento federal é tido como importante alavanca, é elevar a taxa bruta de matrícula no ensino superior até 2024 para 50 por cento da população de 18 a 24 anos. "Se tiver 200 mil vagas de Fies por ano, em 2024 vamos atingir apenas 23 por cento", disse Diniz, acrescentando que apenas 17 por cento dos jovens do país estão cursando universidade atualmente.

Na semana passada, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou que o governo Temer tem interesse em ampliar a oferta de vagas do Fies em 2017 e que a formatação do programa para o próximo ano está sendo discutida junto a bancos e instituições financeiras privadas para garantir sua sustentabilidade no médio e longo prazo.

Chamado pelo ministro de "Fies Turbo", o plano teria como objetivo oferecer pelo menos 220 mil vagas de Fies em 2017.

 

(Por Alberto Alerigi Jr.)



Fonte: http://extra.globo.com/noticias/economia/setor-de-educacao-reforca-pleitos-por-mais-financiamento-do-governo-19751360.html

Instituições de Ensino Superior privado fazem readequações para encarar desafios impostos pela crise

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Demissões e freio nos planos de expansão estão entre as medidas para encarar diminuição de matrículas e o aumento da inadimplência Por: Guilherme Justino

 

Depois de anos em ascensão, enquanto condições econômicas e o apoio do governo federal desenhavam um cenário favorável à expansão, as instituições privadas de Ensino Superior começaram a sentir os efeitos da crise. Com a restrição maior ao financiamento estudantil e a constante dificuldade de manter alunos capazes de arcar com os custos da educação, elas buscam manter a qualidade enquanto veem número de ingressantes, créditos contratados e receita diminuírem.

O aperto nas contas, que já atinge as universidades desde o início do ano passado, significa que a construção de novos campi, a oferta de mais cursos e a revitalização de laboratórios, entre outros planos, acabam ficando para depois – quando não são cancelados. Neste contexto, prédios deixam de ser erguidos, salas não passam por reformas, e profissionais ficam sem promoção.

A crise atinge o bolso de todos. Para professores, que veem menos turmas sendo formadas, a quantidade de horas/aula diminui, o que tem influência direta nos salários. Para os alunos, cada vez mais preocupados com as contas, o aproveitamento também pode cair e resultar em um período maior até a formação. Isso se não acabar levando à desistência.

– Neste ano, começamos efetivamente a ver quedas. Ninguém tem investido como investia nos anos anteriores em razão de toda essa situação de incerteza que ainda se vive – explica o presidente do Sindicato do Ensino Privado (Sinepe) no Estado, Bruno Eizerik.

Os anos de expansão foram pavimentados, em especial, por dois objetivos: aumentar o acesso ao Ensino Superior, tanto na rede pública quanto na privada, e facilitar o pagamento das mensalidades ou aumentar as possibilidades de isenção a quem optasse por uma faculdade particular. Para tanto, foram criados diversos programas, como o Universidade para Todos (Prouni) e o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), ambos sob coordenação do Ministério da Educação (MEC) e alvos de alterações que resultaram em cortes nos últimos anos.

Esse caminho de expansão, agora, chega a um momento difícil. Com orçamento cada vez mais contido, as faculdades, universidades e centros universitários da rede particular precisam não mais batalhar para crescer, mas lutar para conseguir se manter dentro da própria estrutura.

– Como a receita está diminuindo muito, temos de fazer ajustes. Há custos básicos, com professores, laboratórios, de que não podemos abrir mão. Mas outras iniciativas, como intercâmbio de professores e ampliação da infraestrutura precisam ser revistas – diz José Carlos Carles de Souza, vice-presidente do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung).

Responsáveis por abrigar a maior parte dos estudantes que estão matriculados em uma faculdade, as instituições particulares são fundamentais para que o Brasil possa atingir uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE): a de elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior de 34,2%, em 2014, para 50% até 2024. Como em uma difícil etapa do vestibular, são elas agora que terão de provar sua resistência.

Readequações no corpo docente

Talvez o impacto mais dramático da crise que chegou às universidades particulares seja o aumento no número de demissões de professores. Em algumas delas, essas demissões são consideradas parte de um movimento de equilíbrio de contas, que, por vezes, envolve a substituição de profissionais contratados há mais tempo por novos docentes com a mesma titulação, que chegam recebendo um salário menor.

Em outras situações, diante das dificuldades econômicas, a reposição dá lugar ao fechamento de vagas. Mesmo quando optam por não abrir mão dos professores, uma saída encontrada pelas instituições privadas de Ensino Superior está na diminuição da carga horária de seus profissionais. Com menos turmas e com alunos, em geral, contratando menos créditos, as horas/aula também acabam sendo reduzidas.

– A instituição vai reduzindo custos, deixa de oferecer vestibular de inverno, diminuindo a carga horária, e, então, decide desligar o professor. É uma ação extrema, mas que tem acontecido com mais frequência de 2015 para cá – garante Amarildo Cenci, diretor do Sindicato dos Professores do Ensino Privado (Sinpro/RS).

Na semana passada, a Unisinos anunciou a demissão de 50 professores, segundo o sindicato. Muitos deles seriam doutores, que têm remuneração maior. Ao Sinpro, a universidade informou que os motivos seriam a crise econômica e a redução nas matrículas. Em nota oficial, a Unisinos salientou que os desligamentos "são pontuais e decorrentes de ajustes internos", e afirmou que "esses movimentos não interferem no seu compromisso com a excelência acadêmica".

O Centro Universitário Franciscano (Unifra), de Santa Maria, e as universidades Feevale, de Novo Hamburgo, e PUCRS também admitem processos de readequação no quadro docente, o que, nos últimos semestres, resultou em demissões. Outras instituições de Ensino Superior, como Univates, Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade de Passo Fundo (UPF) e Imed, tiveram atrasos em alguns investimentos, principalmente de infraestrutura. Todas viram o número de alunos matriculados – e, entre eles, o números de créditos contratados – cair nos últimos semestres.

PANORAMA GAÚCHO

Ingressos 50% das instituições tiveram queda de mais de 10% no número de ingressantes no primeiro semestre Apenas um terço delas manteve a mesma quantidade de novos alunos que em 2015

Créditos Em 55,6% das instituições, os alunos contrataram menos créditos no início de 2016 que no primeiro semestre do ano passado Em 27,8% delas, a redução passa de 10%

Pagamento A inadimplência média ficou entre 10% e 15% em 2015 61,1% das instituições de Ensino Superior informaram resultado piores nesse quesito do que em 2014

Fies 56,3% é a redução na quantidade de contratos firmados pelo Fies no primeiro semestre de 2016, comparado com o mesmo período de 2015

Fies menor, inadimplência maior

Aos cortes no Fies, que passou a oferecer menos vagas, definir mais regras e priorizar a formação de professores, engenheiros e profissionais de saúde nos novos contratos a partir do ano passado, soma-se outro problema para universidades e alunos: a inadimplência. Depois de uma sequência de queda desde 2009, a taxa de alunos que não conseguem pagar as mensalidades em dia voltou a subir no ano passado. E a projeção para 2016 não é otimista.

A inadimplência no Ensino Superior privado no Brasil cresceu muito em 2015: ficou acima da taxa média de pessoas físicas medida pelo Banco Central. Enquanto 6,2% das famílias tiveram que atrasar o pagamento das contas por mais de 90 dias no ano passado, dentro do ambiente universitário esse número chegou a 8,8%. Ou seja: é mais comum deixar para depois a mensalidade do curso do que outras obrigações financeiras.

Houve um aumento de 12,9% na inadimplência em faculdades, universidades e centros universitários de 2014 para 2015. Neste ano, a previsão é de estabilidade: conforme o Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), responsável pela pesquisa, essa taxa deve ficar em 9% em 2016.

– A alta taxa de inadimplência pode ser explicada em função da crise macroeconômica e política que o país enfrenta e pelo corte do financiamento estudantil, com queda acentuada no número de contratos novos e aumento da evasão – explica o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato.

Para tentar evitar que os alunos tranquem a faculdade ou acabem desistindo do curso por não conseguir arcar com mensalidades e matrículas, as instituições tendo de, como define o Sinepe, se reinventar. Muitas têm procurado parcerias com bancos, instituições de financiamento e cooperativas de crédito em busca de alternativas para quem não consegue pagar o curso em dia.

Afinal, assim como não é bom para o aluno deixar a educação de lado, também é de interesse da universidade mantê-lo matriculado.Uma mudança na responsabilidade pelo pagamento da taxa de administração do Fies, porém, pode dificultar ainda mais esse quadro. Em medida provisória publicada na sexta-feira passada, o governo anunciou que cortará o subsídio, e essa parte da remuneração dos bancos ligados ao fundo de financiamento terá de ser custeada pelas próprias instituições que participam do programa – determinação que pode se refletir em um reajuste maior nas mensalidades em 2017, apesar de o MEC descartar essa possibilidade.

 

Fonte: http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e-estilo/educacao/noticia/2016/07/instituicoes-de-ensino-superior-privado-fazem-readequacoes-para-encarar-desafios-impostos-pela-crise-6711979.html

 

 

Governo corta subsídio do Fies e faculdades reagem

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Governo corta subsídio do Fies e faculdades reagem

Folhapress
Uma medida provisória anunciada nesta sexta-feira (15) pelo governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB), alterou a forma de remuneração dos bancos ligados ao Fies (Fundo Financiamento Estudantil) e gerou preocupação em entidades que representam as faculdades privadas.
Para o Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior de São Paulo), a mudança, que prevê mais custos às instituições de ensino, pode ter impacto nos reajustes das mensalidades para 2017.
A nova medida estabelece que parte da remuneração aos bancos, o equivalente às taxas administrativas, seja custeada pelas faculdades que participam do programa. Antes, era o próprio governo quem pagava por essas despesas. Com a mudança, a estimativa é que haja economia de R$ 400 milhões por ano.
A medida foi publicada no "Diário Oficial" da União. Segundo o texto, que altera a lei do Fies, de 2001, o valor mensal a ser pago será de 2% sobre o saldo do crédito liberado às instituições de ensino.
Para o ministro da Educação, Mendonça Filho, a medida era necessária para manter o programa, ameaçado pelas restrições orçamentárias. "Sem isso, teríamos o colapso do sistema. As 75 mil novas vagas oferecidas [neste semestre] seriam inviabilizadas."
Ele admite que o anúncio não ganhou a simpatia das associações que representam as faculdades, avisadas um dia antes do anúncio oficial.
"Evidentemente que um adicional de custos nem sempre é bem recebido", afirma.
As entidades alegam que a medida deve trazer mais encargos às faculdades, que já oferecem 5% de desconto obrigatório a alunos do Fies e destinam 6,25% das mensalidades a um fundo que garante o crédito educativo.
"Isso passa a ser um custo. É mais um dos impactos que podem levar a um ajuste de mensalidade no ano que vem", diz José Roberto Covac, diretor jurídico do Semesp.
"A lei estabelece que anualmente as instituições façam um reajuste baseado nos custos. Não vai acontecer neste ano, porque o valor já está fixado. Ele vale só para 2017. Pode não ser no percentual de 2%, mas o que impactar nas despesas a instituição pode incluir dentro da planilha", completa o diretor.
O sindicato diz que pretende discutir o tema no Congresso -após a edição da medida provisória, que entra em vigor imediatamente, parlamentares têm 60 dias para aprová-la, prorrogáveis por mais 60.
Já Sólon Caldas, diretor-executivo da Abmes (Associação Brasileira das Mantenedoras de Ensino Superior), nega que possa haver reajuste nas mensalidades. Mas diz esperar que a mudança seja apenas "transitória" diante da perspectiva de revisão no Fies em 2017.
Para ele, o argumento do governo em preservar o programa minimizou o impacto da medida. "Estamos abrindo mão desses 2% por entender que precisamos manter o programa", disse.
Em 2015, a taxa de inadimplência no ensino superior privado no país chegou a 8,8% das matrículas -maior patamar desde 2010.
'Fies turbo'
O ministro Mendonça Filho também nega impacto nas mensalidades. Segundo ele, o governo deve fazer uma "revisão profunda" do Fies, o que deve permitir a ampliação dos contratos já em 2017 -para além dos 220 mil financiamentos ofertados neste ano.
Para fazer a reformulação, a pasta já estuda a participação também de bancos privados no financiamento -hoje, o Fies tem participação da Caixa e do Banco do Brasil.
"Estamos já construindo esse novo Fies, 'um Fies turbo', ampliado, para termos mais vagas", disse ele, que fez críticas ao modelo atual. O novo modelo deve ser finalizado em até oito meses.
Fonte: http://jcrs.uol.com.br/_conteudo/2016/07/politica/510497-governo-corta-subsidio-do-fies-e-faculdades-reagem.html

Mudança no Fies terá "inegável impacto", diz setor privado de ensino superior

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Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil

Mudança nas regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) terá "inegável impacto" no setor privado de ensino superior, especialmente nas instituições "que mais depedem do Fies", segundo a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES). Por meio de nota, a entidade diz que espera que esta medida seja passageira.

A mundança está na Medida Provisória 741, publicada na edição de hoje (15) do Diário Oficial da União. A MP estabelece que as instituições privadas de ensino superior passarão a pagar a remuneração administrativa dos bancos na concessão do Fies. O custo será de 2% sobre o valor dos encargos educacionais liberados. Até agora, os bancos eram remunerados pelo Tesouro Nacional por meio do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE), autarquia do Ministério da Educação, no mesmo percentual de 2%.

De acordo com a ABMES, que representa mais de 1,2 mil instituições de ensino superior, com a implementação deste novo abatimento, as instituições terão uma dedução total de 13,25% de cada mensalidade contratada pelo Fies – que inclui os 5% de desconto obrigatório para o aluno, mais 6,25% de contribuição para o Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (FGEDUC).

Além desse desconto, a instituição de ensino superior é responsável solidária em 15% das inadimplências acima de 90 dias decorrestes do não pagamento do financiamento por parte do aluno. "Somando as duas taxas, em muitos casos as instituições chegam a arcar com 28,25% dos créditos liberados pelo Ministério da Educação (MEC)", diz a nota. A ABMES diz ainda que a manutenção do programa é importante nesse momento de crise e se coloca à disposição para colaborar com o governo na busca por soluções que não inviabilizem o Fies. O diretor jurídico do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp), José Roberto Covac diz que as entidades represetativas do ensino privado não foram procuradas para discutir a mudança. Agora, elas devem medir o impacto e buscar reverter ou amenizar a medida durante a tramitação no Congresso Nacional. "Sabemos o quanto o Fies é importante e o quanto precisa de ajustes, mas é preciso rever os impactos que isso pode ter para que não afete o programa", diz.

Fies

O Fies oferece financiamento de cursos superiores em instituições privadas a uma taxa de juros de 6,5% ao ano. O percentual do custeio é definido de acordo com o comprometimento da renda familiar mensal bruta per capita do estudante. Mais de 2,1 milhões de estudantes são beneficiados. Na edição do segundo semestre de 2016, o Fies ofertou 75 mil financiamentos. O programa recebeu 294 mil inscrições.

De acordo com o MEC, a mudança vai representar uma economia de cerca R$ 200 milhões para os cofres públicos neste ano e uma economia média de R$ 400 milhões anuais, levando em conta o número atual de contratos. O recurso economizado será aplicado no programa e também na educação básica.

Edição: Jorge Wamburg

 

Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2016-07/mudanca-no-fies-tera-inegavel-impacto-diz-setor-privado

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