Fies pode não ser a melhor opção para estudantes, alerta Idec

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O acesso à universidade, para muitos estudantes do ABC, só é possível mediante programas como o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), porém, nem sempre o programa de crédito educacional é vantajoso. Ainda mais depois do aumento na taxa de juros que cresceu mais de 7% entre 2010 e 2013. Atualmente a taxa é de 6,5% ao ano, sendo que já chegou a 3,4% no passado.

A carência, por sua vez, é de 18 meses e o período de amortização é de até três vezes o tempo de permanência na condição de financiado. Ione Amorim, economista do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), alerta os estudantes a alisarem bem as regras do Fies justamente por nem sempre ser a melhor opção para o estudante.

“O crédito educacional visa a inclusão de jovens que não tem renda ao ensino superior. Porém, muitos estudantes têm condições para pagar, mas mesmo assim faz o contrato. O problema é que os juros são significativos e a pessoa um dia vai ter que quitar essa dívida. Não é um bom negócio, nesse caso”, explica.

Ainda segundo a economista, caso o estudante faça acordo relacionado ao Fies, mas, depois de um tempo, arrume um emprego que possibilite que quite a dívida, o aconselhável não é juntar dinheiro na poupança, mas abater o montante emprestado, pois os juros são altos.

A maioria das faculdades também concede empréstimos estudantis, que geralmente possuem juros mais altos que o Fies, essas negociações também precisam ser bem analisadas.

Moradora de Ribeirão Pires, a aluna de arquitetura da faculdade São Judas, Bruna Silva Santos, 20, diz que a mensalidade de seu curso é de R$ 1.800. A faculdade deu desconto de 40%, sendo que o Fies é responsável pelo valor de R$ 1.050. O montante a ser pago, após a formatura, é de mensalidades de R$ 400 durante cerca de 20 anos. “Pra mim foi uma boa. Pois tenho muito gasto com material de estudo. Também pago uma taxa no banco com relação ao Fies que fica R$ 50 a cada três meses”, diz.

Já a estudante de jornalismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), Izabelle Viana, 21, confessa que tem medo de ter dificuldades de pagar a dívida no final do curso. “Meu contrato segue até 2035, é muito tempo. Queria poder passar a pagar a mensalidade agora sem o Fies, mas se cancelo terei que pagar a mensalidade e os empréstimos. Isso ficaria muito. A gente se sente amarrada ao financiamento”.

A taxa de inadimplência no ensino superior privado brasileiro, segundo o Semesp (Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior), cresceu em 2015, sendo o pior resultado desde 2010. Mensalidades atrasadas em mais de 90 dias atingiu 8,8% das matrículas; em 2014 o resultado foi de 7,8%.

O crescimento da inadimplência está relacionado ao corte que ocorreu nos financiamentos do Fies para este ano. Muitos estudantes não conseguiram renovar o crédito. O Ministério da Educação afirmou que, para 2017, o governo federal já enviou ao Congresso Nacional Projeto de Lei Orçamentária que contempla R$ 21 bilhões para o Fies.

O prazo para renovação do Fies era para ter encerrado no fim do mês de outubro, mas a data foi prorrogada para o dia 15 de novembro. Porque apenas 980 mil estudantes renovaram o financiamento, em um universo de 1,5 milhão. Os contratos precisam ser renovados a cada semestre.

 

Fonte:http://www.reporterdiario.com.br/noticia/2262049/fies-melhor-opcao-para-estudantes/

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